Sobe ↑: Café
Você sabia que o tradicional cafezinho poderá dar dor de cabeça aos brasileiros em junho? Essencial para o despertar matinal e ao fim das refeições, o café tem grande importância na restauração. Por isso, os números recentes da produção nacional preocupam o setor.
Era sabido que a safra deste ano seria menor, por causa da bienalidade do cafeeiro – se um ano tem alta produção, como foi 2020, o seguinte sofre redução. Mas uma seca inesperada em algumas regiões produtoras do Brasil agravou ainda mais o resultado. “Em anos de seca, com chuvas ‘erradas’, o café fica irregular no pé e, na hora de coletar, há grãos bons e ruins, o que gera instabilidade na produção”, explica Celírio Inácio da Silva, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Se, por um lado, comemorou-se as 63 milhões de sacas no ano passado, em 2021 a safra promete ser 33% menor, com estimativa de 45 milhões de sacas.
Outro agravante para o custo do café é a desvalorização da nossa moeda. “O dólar aumentou e, consequentemente, vários fatores atrelados à produção subiram de preço, como insumos agrícolas, embalagens, energia elétrica e óleo diesel (para transporte). Custou mais para o produtor fazer a colheita”, revela Silva. Se o mercado externo já estava de olho no café brasileiro, o câmbio deu uma “forcinha” para as exportações ficarem mais atraentes ao produtor nacional.
Mas quando esse turbilhão de fatos terá impacto no preço do nosso cafezinho? “A partir de junho, será comercializado o café da safra atual. As bolsas já começam a se movimentar de acordo com o que há no mercado”, alerta o diretor da Abic. Fiquem atentos.
Desce ↓: Tangerina
É hora de aproveitar o perfume e o sabor cítrico das tangerinas – seja em sucos fresquíssimos ou em geleias, compotas, cascas confitadas e até em marinadas de carnes –, basta soltar a criatividade. Junho proporciona boas opções de tangerinas ao mercado. Enquanto a mexerica está no final da safra e a decopom e a murcote no começo, a poncã brilha no auge da colheita. Segundo a Ceagesp, o preço do quilo da poncã fica em torno de R$ 1,75 no período de maio a julho.
Quando se fala de cítricos no Brasil, a tangerina traz números tímidos comparados aos da laranja –- somos o maior produtor e exportador de suco de laranja do mundo. Mas ocupamos o sexto lugar no ranking mundial com relação à tangerina, com quase 1 milhão de toneladas de frutos cultivados, segundo dados do IBGE em 2019. Vale mencionar que o estado de São Paulo é líder, com fatia de 33,7% da produção nacional.
Em cada canto do país se escuta um nome diferente para a tangerina: mexerica no Sudeste e Centro-Oeste, bergamota no Rio Grande do Sul, mimosa no Paraná e em Santa Catarina; e laranja-cravo em alguns pontos do Nordeste. Já as variedades não são as mesmas, oriundas de diferentes espécies, com características particulares, que vão desde a espessura da casca até a doçura. Só para citar alguns exemplos: poncã e cravo são da espécie Citrus reticulata; a mexerica-do-rio ou bergamota é Citrus deliciosa; já a murcote e a decopom são híbridas, nascidas nos Estados Unidos e Japão, respectivamente.
O importante é ampliar as opções de tangerina à disposição do consumidor. “É uma fruta com aptidão para a mesa, fácil de descascar”, comenta Orlando Sampaio Passos, pesquisador da Embrapa Fruticultura, em Cruz das Almas (BA). Segundo Passos, há 840 acessos ou tipos catalogados pela Embrapa, prontas para serem desenvolvidas em escala. “Mas como a tangerina é um cítrico mais delicado, exige cuidados especiais na colheita e o citricultor brasileiro precisa mostrar competência no resultado final”, avisa o pesquisador, que combate a monocitricultura nacional.
Na hora de comprar, prefira frutos firmes e sem danos na casca, sem pedúnculo ou cortado rente ao fruto. Lembre-se: muitas vezes a tangerina apresenta casca esverdeada mesmo madura. “Quando é cultivada em regiões de clima mais quente e de menor amplitude térmica, a coloração laranja da casca durante a maturação do fruto é prejudicada pelas temperaturas mais altas.
Alta amplitude térmica (mais quente ao meio-dia e mais frio à noite) é fundamental para a coloração externa dos frutos de laranjas e tangerinas”, explica Passos.
por aipim